Em uma decisão histórica, o Brasil será o epicentro do futebol feminino em 2027. Afinal, essa escolha é realmente importante para o país?
A escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo Feminina de 2027 é um marco histórico, e um momento que engrandece o esporte no país. Essa é uma oportunidade que pode ser encarada como um compromisso do povo de reafirmar a igualdade de gênero, celebrando a grande diversidade cultural que a nação brasileira apresenta.
A luta das mulheres pelo seu espaço dentro do futebol no Brasil… não foi fácil
Muitas pessoas não têm o conhecimento sobre boa parte do futebol feminino brasileiro. Sempre falamos que somos o “país do futebol”, contudo, a prática do esporte na modalidade feminina (ou por mulheres) já foi tratada como caso de polícia. As jogadoras passaram por quatro décadas excluídas oficialmente da maior paixão do país, o futebol.
E esse não foi o único esporte que mulheres foram proibidas de praticar. Beisebol, halterofilismo e lutas de qualquer natureza também não eram tidos como "adequados". Diziam-se que as práticas esportivas com contato físico não eram compatíveis ao corpo delas. Para muitos, a modalidade era considerada violenta, e ideal apenas para homens.
A lei número 3199 de 14 de abril de 1941, dizia:
“Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país”.
No entanto, a proibição institucional de tais práticas esportivas não só atrasou o desenvolvimento de diversas modalidades, mas também comprometeu simbolicamente e culturalmente o acesso de várias gerações de mulheres nesses esportes, uma vez que eles eram considerados inadequados e “masculinizados”.
A proibição só deixou de existir depois de muita luta e resistência em 1979. E isso só se deu tendo como base experiências políticas autoritárias de países europeus.
Elas foram valentes
Mas, as mulheres não abaixaram a cabeça. E, mesmo com a proibição, elas não foram impedidas de manter tais hábitos esportivos, que começaram a ser praticados de maneira escondida. Mas, ao ver tudo isso, posso afirmar que, mesmo tentando impor uma invisibilidade na história das mulheres dentro do esporte, a verdade é que o silêncio não significa ausência.
A ascensão do futebol feminino brasileiro
O futebol feminino vive uma trajetória ascendente, e a Copa do Mundo Feminina de 2027 será importante para essa jornada. A realização desse torneio aqui no Brasil não é apenas uma celebração do esporte, mas é também uma declaração forte sobre a prática limitada das mulheres no futebol.
Esse, então, é o momento delas brilharem, desafiarem as normas, jogarem por aquelas que, há muitos anos, não puderam vivenciar um torneio de tamanha abrangência, por serem proibidas de praticar o esporte. Não é apenas uma competição que estamos testemunhando, mas também uma revolução social.
Portanto, essa é a oportunidade para o Brasil brilhar no palco mundial. Abraçar essa Copa do Mundo Feminina com entusiasmo e com a paixão do povo brasileiro pelo futebol é o momento para o país se transformar e celebrar sua diversidade cultural. Agora é hora de deixar um legado histórico e transformador para as futuras gerações.
Em 14 de abril de 1941, o governo Getúlio Vargas lançava a Lei 3199, que proibia a prática do futebol feminino no Brasil.
Em 2027, o Brasil receberá mulheres de todos os cantos do planeta para disputar a maior competição futebolística que existe, a Copa do Mundo.
Manu, você conseguiu abordar um tema de grande relevância com profundidade e clareza, destacando não apenas a importância histórica da escolha do Brasil como sede, mas também a longa e árdua trajetória das mulheres no futebol.
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