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  • Foto do escritorMaria Eduarda Klok

Do simulador ao pódio: a história de um piloto de corrida virtual

É no mundo das corridas virtuais que João Pedro Piana Santos acelera e testa seus limites, trazendo vitórias para o e-sport brasileiro

No universo vibrante das corridas virtuais, onde a adrenalina e a precisão se encontram, João Pedro Piana Santos surgiu como um dos nomes mais promissores do E-Sport. Com 24 anos de idade, João já conquistou um lugar de destaque em competições internacionais, desafiando a fronteira entre o real e o virtual. A trajetória de João no mundo automobilístico começou de uma maneira muito natural.

“Eu sou louco por carros e por corrida desde o dia que nasci e junto dessa paixão, também tenho o amor pelo videogame”, conta.

Quando criança, seu maior sonho era ser piloto de corrida e isso não mudou, mesmo depois de tantos anos. Porém, João teve que aceitar a dura realidade que faz com que muitos acabem desistindo de pilotar. O esporte é caro, e é necessário investir muito dinheiro, ou arranjar patrocinadores que estejam dispostos a bancar esses custos. Mas, para quem é apaixonado por esse mundo, sempre tem uma maneira de fazer parte dessa paixão, mesmo que seja sem pilotar. Além de sua paixão por corridas, João também adora jogar videogame. Desde criança, jogava com seus primos e foi ali que ele percebeu que era bom nisso, muito melhor do que a maioria. Então, por que não juntar o útil ao agradável? E foi assim que decidiu entrar para o mundo das corridas virtuais.

Uma corrida virtual recria a experiência das corridas de carros utilizando softwares avançados que simulam com precisão a física, o comportamento dos veículos e as características das pistas. Pode até parecer que é apenas sentar no cockpit e pilotar. Mas, na verdade, as corridas virtuais exigem um grande esforço dos pilotos, assim como uma corrida real. Os pedais funcionam da mesma forma que um carro de corrida e, muitas vezes, a força aplicada chega a ser de 50 kg para acionar o freio. Além disso, a concentração precisa ser extrema. João, além de piloto virtual, também é engenheiro mecânico, e diz estar satisfeito com a profissão. Caso ser piloto não chegue a acontecer, para ele, o importante é estar ligado a esse mundo de alguma maneira, pois é o que lhe faz feliz.

Em 2020, após bater o tempo recorde na pista de Yas Marinas, em Abu Dhabi, João entrou para a lista de pilotos que fariam parte da seleção de jogadores que iriam disputar o Fórmula 1 Sport Series, campeonato virtual organizado oficialmente pela categoria. Foram 36 gamers de diferentes nacionalidades competindo pela vitória, o campeonato aconteceu em Londres e contou com a presença de representantes das 10 equipes de F1.

“Tínhamos 45 minutos para a configuração do volante, para mexer na resistência, vibração, esses detalhes. Depois, foram 20 minutos de treino e daí a qualificação seguida da corrida, que tem 25% da duração de uma prova oficial da Fórmula 1”, detalha

O jovem participou de diversos campeonatos e coleciona muitas vitórias. Um dos campeonatos que trouxe mais notoriedade para o piloto foi o Heineken Player 0.0, um campeonato idealizado pela Heineken junto com o piloto tricampeão de Fórmula 1, Max Verstappen. O campeonato, que tem como objetivo maior a conscientização de não dirigir ao ingerir bebidas alcoólicas, contou com 7 países, onde os pilotos de cada país se enfrentaram entre si e o ganhador vai para Amsterdã correr contra o próprio Max Verstappen. João foi o piloto brasileiro ganhador e embarcou rumo à Holanda para um de seus maiores desafios: enfrentar um profissional de Fórmula 1.

João não teve somente o desafio de correr contra um dos melhores, mas, também, precisou praticar e correr com apenas uma mão, pois um tempo antes a competição machucou o ombro em uma partida de futebol. Apesar do ombro já estar um pouco melhor, ele ainda sentia dores e o braço um pouco “enferrujado”, mas nada foi capaz de parar o piloto brasileiro. João não ganhou, mas foi consagrado como vice-campeão. Como um bom piloto, ele também é muito competitivo, e ao perguntá-lo sobre a posição de  vice-campeão, João disse, em meio à gratidão e orgulho: “Me dói até hoje”.

A história de João Pedro é um testemunho de muito talento e paixão, em um mundo onde a linha entre o virtual e o real se cruzam cada vez mais, ele prova que o espírito de competição e a busca por excelência não conhecem limites. Como um verdadeiro piloto, seja na pista virtual ou real, o jovem continua a acelerar em direção ao seu destino, deixando um rastro de inspiração por onde passa.


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2 Comments


Ana Cecília
Ana Cecília
Jun 22

Adorei conhecer a história do João e e sua paixão pelas corridas.

Como sempre, Maria Eduarda, sua escrita não decepciona e narra belamente a trajetória de seus entrevistados.

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Alcemar Dionet De Araujo
Alcemar Dionet De Araujo
Jun 19

Maria Eduarda, sua habilidade de narrar os feitos de João Pedro com uma mistura de entusiasmo e precisão faz com que o leitor se sinta parte dessa jornada, torcendo por cada vitória e compreendendo as dificuldades enfrentadas.

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