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  • Foto do escritorVinícius Schmitt

Dois torcedores, uma só paixão: o futebol

Viajar no bagageiro de um ônibus e perder o vestibular por causa do time: conheça histórias de torcedores que têm a sua vida e o futebol lado a lado

O futebol, considerado como paixão nacional, transforma a vida de torcedores dentro e fora dos estádios | Imagem: Freepik

Para qualquer coisa, é necessário ter um ponto de partida e, no futebol, não é nada diferente. Em um tempo em que o ambiente era de formalidade, quando o jogo exigia puro empenho e as arquibancadas eram desanimadas, o futebol latino-americano encontrou sua origem. Prudencio Miguel Reyes era funcionário do Club Nacional de Football, de Montevidéu, no Uruguai, e entrou para a história como o primeiro torcedor do time. Em 1900, parecia estranho que Prudêncio incentivasse os jogadores, gritando com sua grande voz e criando um clima nunca antes vivido. Além disso, o primeiro torcedor da história visitava outros estádios para acompanhar o clube.

Chegando ao século XXI, Miguel Freitas, conhecido nas redes como o “Mochileiro da Bola”, conta com 45 mil seguidores no Instagram e posta semanalmente sobre sua vida desbravando estádios pelo Brasil e pelo mundo. O paulista é apaixonado por futebol e vê no esporte um reflexo da sociedade, assistindo desde os grandes jogos até partidas de divisões praticamente amadoras, onde acredita que está a verdadeira essência e cultura dos lugares visitados.

Miguel lembra a sua primeira viagem motivada pelo futebol. “Já voltei no bagageiro de um ônibus por mais de 450 quilômetros”, conta. Por ser do interior de São Paulo, o “Mochileiro da Bola” foi acompanhar um jogo do Corinthians em 2005, na capital paulista. “O ônibus estava lotado de passageiros e tinha gente dormindo até no corredor, então falei com o motorista e dormi no bagageiro”, recorda o torcedor. 

O “Caçador de Estádios”, como também é conhecido pelos seus seguidores, conheceu 482 estádios pelo mundo. “Eu era como todo apaixonado por futebol, que gostaria de conhecer os grandes estádios da Europa, como Bernabeu, Camp Nou e do Borussia. Em 2017, fiz um mochilão na Europa durante 6 meses e conheci 70 estádios em 19 países. Foi quando descobri que queria viver assim.  Mudei para Inglaterra em 2020. Trabalhava como entregador de comida e visitei todos os estádios da liga inglesa”, enaltece.

O viajante de futebol conta que o esporte se tornou seu ganha-pão depois que ele começou a registrar sua trajetória nas redes sociais. Miguel ainda dá um conselho para quem quer seguir na área, conhecendo lugares, culturas e estádios diferentes:

“Faça por amor, por realização; esteja sempre com a cabeça aberta: todo dia é uma novidade. Os ônibus e voos atrasam, os jogos cancelam, você perde ônibus, não existe rotina. E se for viajar por um longo período, o descanso faz parte do processo, ninguém vive 100% curtindo e visitando lugares”, recomenda.

Assim como Miguel, outro influenciador que segue sua vida cobrindo o dia a dia do futebol é Jeferson Lisboa, conhecido como FBI Tricolor pela torcida gremista. O torcedor leva o hino do clube ao pé da letra: 'Com o Grêmio, onde o Grêmio estiver' resume a vida do gaúcho, que começou a trabalhar com as redes sociais durante a pandemia. “Criei uma página para falar do Cavani (jogador uruguaio que foi especulado pelo clube). A conta bombou após a não vinda do jogador para o Grêmio. Como eu investigava todas as informações que eram do atleta, me apelidaram de FBI Tricolor”, relata Jeferson, que possui 135 mil seguidores no Instagram.

Jeferson coleciona histórias e momentos não somente pelos arredores da Arena do Grêmio, mas, em 2022, teve a ideia de conhecer todos os campos de futebol da segunda divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol, passando por 15 cidades e 10 estados, seguindo o clube tricolor por todos os cantos do Brasil. Um ano antes, Jeferson passou por um momento difícil por conta da sua primeira viagem para fora do estado, quando foi para São Paulo, acompanhar uma partida entre Corinthians x Grêmio. “Eu ia prestar vestibular para o curso de Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica (PUC), no domingo, e falei pra minha mãe 'me perdoa, mas o Grêmio precisa de mim, eu vou pra São Paulo com a torcida, e não vou fazer o vestibular' e dali foi um caminho sem volta para mim”.

O influenciador ainda conta que se apaixonou pelo esporte desde criança, quando familiares o incentivaram a acompanhar o futebol. “Eu jogava futebol, era goleiro e tive que parar os treinos devido a pandemia”. Jeferson ainda afirma que, hoje, a importância do futebol é gigantesca em sua vida. “Sempre fui gremista por causa da minha avó; sempre fui contra o Inter desde pequeno. A minha vida com o futebol se complementa. Nunca imaginava que teria essa relevância, esse tanto de pessoas acompanhando o que eu faço”.

 “Hoje, a minha vida é só Grêmio”, diz Jeferson Lisboa.

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2 comentários


Ana Cecilia
Ana Cecilia
30 de jun.

Parabéns pelo texto, Vini!! Muito bacana conhecer essas histórias :))

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rubiazamainomata
29 de jun.

Uau!! Histórias um tanto quanto inusitadas... e não há dúvidas da paixão deles pelo futebol!

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