Ciclos de violência familiar deixam marcas profundas em crianças e adolescentes
"Apanhei e não morri". Uma frase que ecoa através dos tempos, proferida por muitos que sobreviveram à crueldade disfarçada de educação. O que deveria ser um ambiente de aprendizado, crescimento e desenvolvimento pessoal, torna-se um campo de batalha, em que crianças e adolescentes são as vítimas que enfrentam punições desumanas sob a justificativa de disciplina.
Os relatos dolorosos emergem de um passado marcado pela brutalidade, onde as marcas físicas ecoam as cicatrizes emocionais profundas que se estendem para além da infância.
O eco dos gritos infantis ressoa nas paredes das memórias, como um sinal de alerta para os perigos que se escondem por trás das portas fechadas dos lares.
Uma história de violência na infância e adolescência, uma narrativa silenciosa e devastadora, justificada sob o pretexto de ser um método educacional. Cada palavra é um fio que desenterra a angústia silenciada, revelando uma narrativa de violência desmedida. O estalar do cinto, a chicotada da corda, o impacto do chinelo contra a pele. Cada golpe é uma explosão de dor, uma violação da inocência. A mão do agressor, grotescamente desproporcional, torna-se um símbolo da opressão, esmagando o peito frágil de uma criança indefesa.
A educação pelo medo cria uma atmosfera de terror, onde crianças e adolescentes aprendem a temer a figura de autoridade que deveria protegê-los. O medo permeia cada interação e a ansiedade é como uma sombra que paira sobre corações assustados. A ira dos pais, transformada em instrumento de correção, alimenta um ciclo de terror que sufoca qualquer resquício de segurança e confiança.
A violência infligida em nome da educação gera não apenas dor física, mas também uma profunda alienação e dificuldade de se conectar com os outros. A intimidade é um território distante, conquistado com hesitação e guardado com desconfiança. As feridas emocionais são invisíveis, mas seu impacto é tangível, refletido na timidez exacerbada e na vergonha que se torna uma segunda pele.
O ciclo de violência, muitas vezes, é enraizado nas estruturas familiares, contamina os laços com crueldade, perpetuando-se e alimentando-se da dor passada de geração em geração, até que alguém tenha a coragem de romper com os grilhões do abuso e buscar uma nova forma de existir.
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