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Foto do escritorEduardo Romani

Matrix: podemos estar em uma simulação?

“O que é real? Como se define real? Se você se refere ao que pode sentir, cheirar, provar e ver, então real são apenas sinais elétricos interpretados pelo seu cérebro”. (Morpheus)

Matrix é um filme de ficção científica, distópico, que envolve ação, drama e fantasia, lançado em 1999 e produzido pelas irmãs Wachowski. Além de conquistar quatro Oscars (melhores efeitos visuais, melhor edição de filme, melhor som e melhor edição de som), a obra popularizou os conceitos de simulação, mundo digital e inteligência artificial, em uma época em que o mundo on-line era mais rudimentar. Mas, afinal, poderíamos estar vivendo em uma simulação? Por que o filme Matrix é ainda mais atual hoje do que foi na época?

A questão de estarmos vivendo em uma simulação permeia a história da humanidade desde a Grécia antiga com o “Mito da caverna”, desenvolvido por Platão no livro A República, por volta de 380 a.C. No mito, é proposto que o homem aprisionado dentro da caverna, enxerga somente o reflexo de figuras na parede do que acredita ser o real. Ao se libertar, alcança a luz, que seria o mundo das ideias.

Além desse, há o Gênio Maligno de René Descartes (1596 a 1650), no qual o filósofo propõe em uma metáfora que nada do que pensamos corresponderia ao mundo real. Já na filosofia contemporânea, de acordo com Nick Bostrom, da Universidade de Oxford, Reino Unido, provavelmente, estamos em uma simulação, pois ao atingirmos um nível de desenvolvimento pós-humano (capacidades ampliadas de tecnologia), criaríamos simulações tão sofisticadas em que os participantes não saberiam diferenciar do mundo real.

“O que é real? Como se define real? Se você se refere ao que pode sentir, cheirar, provar e ver, então real são apenas sinais elétricos interpretados pelo seu cérebro”. Neste momento do filme, o personagem Morpheus, interpretado por Laurence Fishburne, explica a Neo (Keanu Reeves o conceito de Matrix).

Outro quesito que chama a atenção para a possibilidade de estarmos em um mundo simulado é a composição do espaço-tempo. Segundo o doutor em Física, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Marcelo Lapola, “entre outras soluções para o problema da unificação das forças, a loop quantum gravity nos dá um volume mínimo, construído a partir da constante de Planck, que é uma das constantes fundamentais da natureza. A partir da constante de Planck, desenvolve-se a mecânica quântica. Níveis de energia, por exemplo, no mundo subatômico, não são mais contínuos, mas, sim, aparecem como múltiplos da constante de Planck - um número muito pequeno, com cerca de 34 zeros depois da vírgula. E esse volume compõe o tecido do espaço-tempo”, afirma.

Apesar de ainda não termos respostas, somente por meio de experimentos podemos comprovar ou descartar a possibilidade da realidade ser uma simulação. A ficção pode ser intrigante, mas até que ponto a arte imita a vida e a vida imita a arte?

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2 Comments


Júlia Oliveira Mourão
Júlia Oliveira Mourão
May 29

Particularmente, eu acho incrível como a física quântica é tão minuciosa ao ponto de nos fazer questionar a nossa própria realidade e como o universo é tão complexo e único em níveis de Planck!

Enfim, como uma admiradora do tema, eu só posso parabenizar o Eduardo pelo texto sensacional e ficar com a reflexão: “Falha na matrix”? 🤔

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Alcemar Dionet De Araujo
Alcemar Dionet De Araujo
May 27

Que texto instigante. Parabéns, Eduardo.

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