Ser mulher não é empecilho para conhecer o mundo
Liberdade. Essa foi a palavra que Emanuella Chiconini, influenciadora digital e moradora de Barcelona, usou para descrever a experiência de viajar sozinha. Nesse itinerário de viagem, seus pés escolhem o próprio caminho, seus olhos veem o que desejam e seus anseios não são comprometidos pelo "bem do grupo". Viajar sozinha é liberdade.
Viajar sozinha abre portas, desenvolve autoconhecimento, junta pessoas e cria amizades.
"Você acaba descobrindo muito de você mesma, as coisas que você gosta, que você não gosta… É divertido, sabe?", conta a brasileira. "Acho que todo o lugar dá pra viajar sozinha, se você quiser". Contudo, existe uma sombra por trás dessa decisão. Um medo e uma necessidade de tomar medidas importantes para assegurar-se de sua segurança.
PREPARATIVOS PARA A VIAGEM
São as pessoas que fazem um local. As características de um lugar são definidas por quem o habita. Mas, é a preparação de quem visita que tem a capacidade de determinar sua própria opinião sobre o local.
Pesquisar. Emanuella Chiconini, Bianka Koysova e Callie Claire, viajantes de plantão, entram em consenso sobre qual é a etapa mais importante ao se preparar para viajar sozinha sendo mulher. As mulheres contam que buscam conhecer profundamente o lugar e as pessoas que lá vivem, antes de passar um tempo em outra cidade, estado ou até país.
O maior desafio de viajar sozinha sendo mulher é se preocupar com a segurança de uma forma que os homens não fazem, de acordo com Emanuella. São preocupações como: "Será que se eu sair com essa roupa, vou ser assediada?", "Será que eu posso ir em tal lugar, tal hora da noite, ou eu vou correr perigo?". A influenciadora ainda afirma que “os homens também têm que se preocupar com o perigo, mas não com mesmo o perigo que nós, mulheres, passamos".
Callie Claire, estudante da Western Carolina University, nos Estados Unidos da América (EUA), também já realizou inúmeras viagens na companhia de si mesma. A americana conta que, nas primeiras viagens que realizou, sentia muito medo. De viagens à Porto Rico e ao Canadá, a futura jornalista tem a sua dose de experiências. "Depois de um tempo, você se acostuma. Aprende a planejar as viagens e conhece pessoas incríveis nelas", relata Callie, ao contar sobre quando visitou Nice e Mônaco, em somente uma noite. "Eu fiquei num hostel sozinha, e fiz muitas amizades por lá", relembra.
O 'ESTAR' SÓ
Os benefícios de viajar só são inúmeros. "Viajar sozinha abre a sua mente. Você se conhece melhor, você tem espaço para experienciar tudo da sua própria maneira. Você não precisa se ajustar a um itinerário, a um plano. Você faz a sua viagem", menciona Bianka Koysova, eslovaca e "cidadã do mundo".
Mas, e o medo? Mesmo com demasiada preparação, as viajantes Callie, Emanuella e Bianka afirmam que um cuidado dobrado deve ser tomado em cada momento da jornada. Em viagens solo, uma aliada das mulheres é a "intuição feminina" e, como o medo, funciona como um sexto sentido para evitar situações de risco – pode e deve ser usado como um mecanismo de proteção.
"Na minha primeira viagem para Barcelona, duas mulheres tentaram me roubar no metrô, oferecendo ajuda para segurar a minha bagagem. Eu já estava bem ligada, pois já tinha recebido instrução de meus pais para não aceitar ajuda de estranhos. Eu acho que uma coisa que nós temos, como mulheres, também, é essa intuição. Nós sentimos quando algo está estranho. É bom, também, acreditar nisso", explica Chiconini.
Cuidar das vestimentas e da forma de se portar também são coisas de extrema importância em todos os momentos. "Se você estiver em dúvida, use roupas mais neutras, soltas. Ande por onde o movimento de pessoas é maior. Se o transporte público não parece ser muito seguro, pegue um táxi. Não ande sozinha à noite, especialmente se você é uma mulher em um lugar novo", instrui Bianka. A eslovaca ainda conclui que, ao considerar quais são os lugares mais seguros, ou mais perigosos, é a experiência pessoal de um viajante que vai determinar o quão agradável e tranquila uma destinação será.
"Eu já tive experiências desagradáveis dentro da Europa, e experiências extremamente agradáveis fora. A segurança de um lugar depende tanto do lugar em si quanto do estilo de viajante que você é", confessa.
MAS, VALE A PENA VIAJAR SOZINHA?
Para as viajantes, tais jornadas de autoconhecimento devem ser realizadas. "Acho que toda a mulher precisa viver isso. Parece que dá medo quando você está sozinha, mas é uma das coisas mais gostosas do mundo. Crie a sua oportunidade", encoraja Emanuella. A influenciadora ainda recomenda viagens curtas, de 2 a 3 dias, para mulheres que ainda não tiveram essa experiência.
"Você faz a sua viagem". Essa é a frase que resume os relatos das viajantes Emanuella, Bianka e Callie. O quão segura, divertida e inspiradora será a aventura depende das decisões tomadas pela aventureira. Para conhecer pessoas, comidas e culturas, lidar com o medo vale a pena. Viajar sozinha abre portas, leva a um autoconhecimento, cria amizades, junta pessoas, escreve histórias e muda vidas.
Bianka Koysova enaltece que “as melhores histórias que tenho de minhas viagens são sobre as pessoas que conheci. Você pode estar no lugar mais lindo do mundo, mas se não estiver com as pessoas certas, isso não vale nada". A segurança e o sucesso de uma viagem solo depende de quem a realiza e das amizades que são formadas ao longo desse tempo. Por esses pequenos e lindos momentos, o risco vale a pena, sim.
Esse texto nos inspira a viajar e explorar o mundo. Parabéns, Nina!!
"Pé na estrada: se arriscando a viajar sozinha" é um texto inspirador e informativo que celebra a coragem e a independência das mulheres que escolhem explorar o mundo sozinhas. Ele oferece uma mistura equilibrada de inspiração, conselhos práticos e relatos pessoais que motivam e preparam as futuras viajantes para suas próprias aventuras. Obrigado pela sensibilidade, Catharina.